Apresenta: CDL 65 anos Estapar
Acompanhar o nascimento da biblioteca influenciou a relação que tenho hoje com os leitores e com a instituição
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Quando cheguei, era uma sala vazia à espera de histórias. Aos poucos, ela foi se enchendo de móveis, estantes e livros. E, junto deles, vinham Fernando Sabino, Drummond, Clarice Lispector, Fernando Morais…Tive a chance de propor as normas e diretrizes que dariam forma àquela biblioteca. Encontrei uma equipe apaixonada, movida pelo desejo de transformar sonho em realidade. E ele se tornou.

Minha história com o Minas começou ainda no período da pandemia. Estava no último semestre da faculdade quando vi a vaga do Clube como uma oportunidade de atuar exatamente no tipo de espaço que sempre me encantou na profissão de bibliotecário: as bibliotecas de acesso público.

Comecei como estagiário e não poderia ter vivido uma experiência mais rica e completa. Acompanhar o nascimento da biblioteca influenciou a relação que tenho hoje com os leitores e com a instituição. A resposta do público foi imediata. Isso se revela nos cadastros, nos empréstimos e nas atividades propostas, como o Clube do Livro. Ver crianças, jovens e adultos criando vínculos com aquele espaço é o que mais me emociona.

De forma espontânea, criei a série "Relatos de Biblioteca, que hoje publico em parceria com o @mtccultura. Nela, compartilho episódios emocionantes, engraçados e curiosos sobre quem passa por ali.

O Minas é, sem dúvida, uma das instituições mais relevantes para a cidade e para o país. Tenho orgulho de fazer parte de uma história que se confunde com a de Belo Horizonte. No campo da literatura, o Clube já foi citado em obras de autores como Fernando Sabino, Maura Lopes Cançado, Rubem Braga e Roberto Drummond.

Desejo que o Minas siga atento ao seu tempo, sendo sempre um espaço de encontros, amizade e memória viva, cultivando a excelência que o tornou referência em esporte, cultura e formação humana. Que continue guardando e ressignificando as lembranças de todos que, de alguma forma, fizeram parte da sua história.

Rafael Mussolini Silvestre, de 40 anos, Bibliotecário