Há sete anos, cruzei o portão do Minas Tênis Clube II e me deparei com um banner simples: "Aulas de violão para alunos acima de 12 anos". Eu, na época, já com quase 60, com meus cabelos brancos como testemunhas do tempo, sorri para mim mesma: "Bem, eu tenho mais de 12, então posso tentar."
Foi assim que descobri uma turma especial que reunia alunos entre 30 e 80 anos. Ali, mais do que uma aula, começava a redescoberta de algo precioso que havia ficado adormecido pelas exigências da vida. O violão sempre esteve por perto — ora guardado em maleiros durante mudanças, ora num canto, silencioso, como um lembrete de um desafio inacabado. E eu dizia a mim mesma: "Um dia, volto a tocar."
Com quase 60 anos, já aposentada e recém-chegada de Brasília para morar com o meu marido Mauro em Belo Horizonte, realizei esse sonho. Fui acolhida pela turma logo no primeiro dia e percebi que tocar era como andar de bicicleta: a mente lembrava, mesmo após décadas. Naquele momento, as cordas abraçaram meu passado e começaram a compor um novo futuro.
Sete anos depois, aqui estou, firme. Cada apresentação, uma renovação. Na última, com mais cabelos brancos, toquei Taylor Swift em homenagem à minha neta. A música me conecta tanto ao meu passado quanto às novas gerações.
O Minas Tênis Clube é convivência, acolhimento e a chance de escrever novas histórias. Aqui, reencontrei não só meu violão, mas um pedaço da felicidade que eu nem sabia que ainda estava à minha espera.