Apresenta: CDL 65 anos Estapar
Desejo, com o coração cheio, que o Minas continue sendo esse lugar onde tantas vidas se encontram e florescem, como aconteceu com a minha, desde aquele primeiro canto em 1937

Eu cantei na festa de inauguração do Minas Tênis Clube. Era novembro de 1937, e eu tinha apenas oito anos de idade. Lembro com carinho do macacão xadrez azul e branco que todas as crianças usavam naquele dia, quando a cidade inteira parou para ver o Clube que nascia. O Prédio do Relógio e a piscina já estavam prontos, e a grama, onde hoje há piscinas e estacionamento, era palco para nossos pequenos passos, ensaiados com dedicação.

Cantávamos e nos movíamos em sincronia. Se não me falha a memória, as meninas de escolas públicas de Belo Horizonte eram as que cantavam. A canção dizia: "Era uma vez uma menina fazendo assim: primeiro este braço, depois outro braço...", e assim dançávamos, com o coração batendo no ritmo da alegria. Guardo essa imagem com carinho imenso!

Hoje tenho 97 anos. E essas recordações me emocionam. Meu pai se tornou um dos primeiros sócios do Clube, e foi ali que aprendi a nadar, a competir e a viver dias que enriquecem minha história. Eu e minha irmã Neuza passávamos tardes mergulhadas; gostava tanto daquelas águas que meu cabelo ficava até duro de cloro e sol. Anos depois, uma de minhas netas, Fernanda, seguiu meu caminho e também competiu pelo Minas.

Hoje, a idade me impede de voltar às piscinas, mas minha memória ainda mergulha nessas águas. E desejo, com o coração cheio, que o Minas continue sendo esse lugar onde tantas vidas se encontram e florescem, como aconteceu com a minha, desde aquele primeiro canto em 1937.

Neyde Lambert Orefice, 97 anos, aposentada e sócia