O Minas foi um dos primeiros lugares onde comecei a jogar futsal e me apaixonei pelo esporte. Foi aqui, nessas quadras, que, ainda menina, aprendi que paixão também exige coragem e resistência. Eu era uma das poucas entre tantos meninos e precisei erguer a voz para dizer que aquele espaço também era meu. Cada comentário preconceituoso virava combustível para dribles e gols! Assim, conquistei respeito. Persisti. Resisti. Cresci. Tornei-me jornalista e também a voz do Minas.
Na infância e na adolescência, passava os finais de semana inteiros no Clube. Havia um treinador que reuniu algumas de nós para formar uma turma feminina - raridade para a época. Foi no Clube que nasceu não só meu encantamento pelo futsal, mas também uma certeza: menina joga bola, sim.
De dentro da quadra, respondia aos meninos que questionavam minha presença: "Pago a mensalidade como vocês. Tenho o mesmo direito de estar aqui. Eu tô de primeira, eu tô na de fora". E, pouco a pouco, conquistei amigos. E tive a força e incentivo de professores, como o Eloi e o Taveira, que abraçavam a nossa causa, obrigavam os meninos a nos tratarem igual. Foram a nossa gota de esperança e fizeram a diferença na minha vida. O olhar deles fazia a gente persistir.
Dessa forma, abrimos as portas para muitas outras minastenistas que vieram depois. Sinto-me uma privilegiada por ter vivido parte da minha vida no Minas, onde experimentei ginástica olímpica, vôlei e natação. Tornei-me jornalista esportiva e, anos depois, voltei ao Clube em outra função: entrevistando atletas do vôlei, do judô e do próprio futsal. Do outro lado, mas sempre com o coração no mesmo lugar.
Há cinco anos tenho o privilégio de ser a voz do Minas em eventos e locuções. Falo com orgulho porque sei que essa instituição carrega a alma de Minas Gerais e entrega esporte, cultura, lazer e educação. Desejo vida longa ao Clube! Que siga como patrimônio vivo, orgulho de Belo Horizonte e de todos os mineiros.