Comecei no Minas em 1986, como estagiário, sem imaginar que ali começaria uma vida inteira. Hoje, ocupo o cargo de gerente do voleibol feminino e, ao olhar para trás, vejo um caminho de crescimento, de histórias intensas, de vitórias, derrotas, lágrimas e muito suor. O que mais me orgulha é ter visto minha família, Cássia, Isabela e Leonardo crescerem como testemunhas e torcedores fiéis dessa minha jornada.
Cheguei como estudante de Educação Física, cheio de sonhos e incertezas. Fui estagiário, instrutor da escolinha, treinador de base, assistente técnico, técnico da ponta e, agora, gerente. Passei por cada etapa, degrau por degrau. Trabalhei com vários atletas da formação e do alto nível, e vários dirigentes. Talvez, muitos não acreditassem que aquele jovem estagiário chegaria um dia à beira da quadra como técnico da ponta. Mas o Minas sempre foi essa casa onde a gente se realiza.
São 38 anos de Clube. Para muitos, eu sou o “Jarbas do Minas”. Cada campeonato, cada conquista, cada lágrima celebrada em equipe permanece viva em mim. E, entre tantas lembranças, há uma que nunca me abandona: durante minhas cinco temporadas como técnico da equipe principal, eu olhava para a arquibancada e via meus filhos pequenos, ao lado da mãe, me assistindo. Naquele instante, eu entendia que o vôlei não era apenas trabalho, era também herança de amor e orgulho.
Nos últimos 10 anos, pude viver grandes conquistas da equipe, seja nos jogos, seja nos bastidores. E, em cada uma delas, chego a me emocionar, como se fosse a primeira vez, porque sei o quanto é difícil o caminho.
Por tudo isso, o Minas é família, é tradição, é futuro. É aqui que quero encerrar meu ciclo, na mesma casa que me viu começar. Desejo que o Clube siga se renovando, acompanhando os ventos da tecnologia, da modernidade, do mundo, mas sem jamais perder a essência familiar que faz dele um lugar transformador.