Apresenta: CDL 65 anos Estapar
O Minas é uma casa que forma atletas, sim, mas, sobretudo, forma seres humanos. E esse é o maior legado que podemos receber nesses 90 anos!

Durante a pandemia, quando o Minas Tênis Clube retomou os treinamentos, as primeiras tomadas de tempo na natação aconteciam com portões fechados. Era ali, em silêncio e sem plateia, que nossos filhos nadavam contra o tempo. Nós, pais, acompanhávamos de longe, com o coração apertado, ansiando estar na torcida, próximos deles.

Foi então que eu, minha esposa Érica e dois amigos, Rogério e Cláudia, pedimos ao Clube para transmitir as tomadas de tempo ao vivo. Queríamos que outros pais, como nós, pudessem sentir que seus filhos não estavam sozinhos naquelas águas. O Clube permitiu. Assim, eu narrava as provas, anunciava os tempos e índices obtidos; Rogério filmava. Erica e Claudia tiravam fotos e postavam no Instagram criado por nós para os pais. As lives ultrapassaram as arquibancadas vazias e alcançaram além das famílias, chegando a atletas, técnicos e corações distantes. O espírito de equipe, que o Minas tanto cultiva, se espalhou pelas telas.

Foi assim que comecei a retribuir ao Minas o que ele tem feito por meus filhos. Júlia Becker, 16, e Artur Becker, 19, que mergulharam aqui ainda pequenos e cresceram sob o olhar atento dos técnicos, foram campeões brasileiros e sul-americanos. Hoje, Artur estuda engenharia química e engenharia de cerâmica na Missouri University of Science and Technology nos EUA e volta sempre que pode para competir pelo Clube. Júlia se espelhou nele e, neste ano, brilhou entre as oito melhores atletas da prova dos 200m peito absoluto na competição Maria Lenk. Competição essa onde os dois nadaram e o Minas foi o grande campeão.

O Minas transmitiu grandes valores para os meus filhos, como o de conviver em equipe, o de ter rotina e o de cumprir combinados. É lar, escola, bússola. Por isso, aceitei, com orgulho, o convite para ser conselheiro. O Minas é uma casa que forma atletas, sim, mas, sobretudo, forma seres humanos. E esse é o maior legado que podemos receber nesses 90 anos!

Fabrício Emília Xavier e Silva, 51 anos, médico pediatra, sócio e conselheiro