Guardo comigo as lembranças vivas da infância no Minas. Desde os quatro anos, vinha me encantar com os escorregadores de madeira, a piscina oval, o pega-pega que parecia não ter fim. Na adolescência, descobri o esporte; mas foi apenas mais tarde, já nos anos 2000, que me tornei atleta.
Ingressei no time master masculino, inspirado no exemplo vibrante do feminino. Em Curitiba, disputei meu primeiro torneio para jogadores acima de 40 anos. Ficamos em terceiro lugar, mas para mim foi como alcançar o pódio da vida: ali nascia uma paixão que jamais deixei.
Vieram as viagens, as quadras em tantas cidades, as confraternizações, os títulos. Em 2002, a alegria transbordou quando fomos campeões ao lado do levantador Mário Marcos, Ronaldo Rezende e Pelé. Descobri, já depois dos 40, que ser atleta não tem prazo de validade, basta coragem para acreditar e disciplina para seguir. O Minas foi minha ponte para voos mais altos, preparando-me até mesmo para as Olimpíadas Master, na Austrália, em 2009.
Hoje, além do vôlei de quadra, me aventuro nas cartas, no vôlei de praia, no beach tennis; também conquisto vitórias nessas arenas. E, neste ano, fui coroado com o convite para estar no palco do espetáculo No Ritmo da História, celebrando 90 anos de memórias em movimento, dançando ritmos que me trouxeram novas amizades e outra forma de sentir o Clube.
O Minas é minha segunda casa. Aqui, passo meus dias, encontro amigos, cultivo saúde e história. É um presente para Belo Horizonte e também para todos nós que o vivemos por dentro, e temos orgulho disso.
Desejo que ele siga sendo referência cultural e esportiva, repleto de memórias e conquistas, capaz de abrigar sonhos, renovar vidas e acolher histórias como a minha e tantas outras que ainda nascerão aqui.