Minha mãe, Beatriz, está presente em cada canto deste lugar. Ela vive nas lembranças dos espaços que amava frequentar: nas rodas de amigos, nas mesas de buraco, nas quadras, nas piscinas... Durante 42 anos, o Minas Tênis foi, para ela, muito mais que um clube, foi uma segunda casa, onde ela se sentia em paz e feliz, e acolhida até nos dias mais difíceis.
Quando a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) começou a roubar os movimentos dela, foi na água do Minas que ela encontrou respiro. A piscina com elevador devolveu a ela a alegria de se mover, de flutuar. Ali, minha mãe se deixava levar pelas águas, com o cuidado e carinho dos salva-vidas. Era maravilhoso! Era como se naquele instante a leveza da água lhe tirasse do peso daquela situação.
Ela chegou a ir a shows na cadeira de rodas e, mesmo quando a doença lhe tirou a voz, a trazíamos para reencontrar os amigos. Cada sorriso trocado, cada abraço recebido era um sopro de vida. O Minas foi um quentinho no coração que nos aqueceu naquele inverno da despedida da minha mãe. Ela se foi no ano passado, aos 67 anos. A saudade é imensa!
Frequento aqui desde que nasci: nadei, fiz ballet, vôlei, basquete, jazz, e hoje me dedico à academia e à corrida. Minha irmã Isabela, meus sobrinhos e meu pai também fazem daqui uma segunda casa.
Aqui, as lembranças tomam forma, e vejo novamente o sorriso da minha mãe, feliz por fazer parte desta casa. Para nós, o Minas é um berço das boas recordações, um lar que perpetua a memória da minha mãe, que tanto o amou.