Comecei a fazer aula de judô com o professor Albano Augusto Corrêa Filho, no Minas Tênis Clube, aos sete anos de idade, e não parei mais. Minha mãe justificou a escolha do curso dizendo que eu era uma criança arteira e precisava me acalmar. Ela sempre soube das coisas, porque, de acordo com o professor Jigoro Kano, referência em artes marciais, o judô é um método para a transformação pessoal. 

Minha diversão preferida era pular na piscina logo que pisasse no Clube. A minha geração conviveu dentro do Minas, onde a regra de ouro para entrar na piscina era tomar banho antes. Seu Abrahão e Seu Bolinha, funcionários do Minas, ficavam de olho em tudo. Eu morria de medo de ser advertido. Uma vez tentei pular o muro, para entrar na piscina sem passar pela portaria, e me dei mal. Contaram para meus pais. 

Durante a minha carreira no judô, sempre busquei me aprimorar para passar o conhecimento adiante. Nunca fui atleta de performance. Sou campeão brasileiro de tiro e pratico hipismo. Já fiz paraquedismo, mergulho, e, por influência do capitão Albano, cursei Educação Física na UFMG.

Tenho uma história muito engraçada. Fui convidado, juntamente a colegas da Educação Física, para fazer parte do corpo de baile da apresentação do famoso bailarino russo, Mikhail Baryshnikov, que se apresentaria no Palácio das Artes. E lá fomos nós usando aquela roupa colada ao corpo. O mestre Albano quase infartou por causa disso. Deu um trabalhão danado convencê-lo de que a gente só estava fazendo uma participação. O bom dessa história é que conheci a minha esposa Patrícia Maria Lodi, que atuava como bailarina. Ela me deu duas filhas incríveis: Clara, mãe dos meus netos Samuel e Laura, e Crystal.

Aprendi judô e dei aula da modalidade no Minas por mais de 10 anos. Sinto muito orgulho pela trajetória que trilhei e sou muito grato ao Clube por essa experiência. Hoje sou gerente de segurança corporativa do Minas e único juiz internacional de adestramento para pessoas deficientes físicas.