Era a década de 1970. Eu tinha 10 anos e, logo depois da minha primeira aula de natação, resolvi me aventurar, sozinha, na piscina funda do Minas Tênis Clube. Resultado? Um quase afogamento digno de cinema: braços se debatendo, água pra todo lado e um salva-vidas vindo ao resgate. Quando finalmente me tiraram da piscina, ouvi a voz tranquila e sábia do meu pai, Adolfo Guilherme: “Calma! Uma aula só não faz milagre.”
Essa história virou motivo de risadas na minha família, mas cresci levando essa lição comigo. Crescer no Minas foi muito mais do que praticar esportes; foi construir quem eu sou. Cada espaço do Clube guarda memórias de risadas, treinos puxados, vitórias que aceleraram meu coração e derrotas que me ensinaram sobre humildade e resiliência.
Fiz amizades que atravessam o tempo, realizei sonhos que começaram aqui e vivenciei um crescimento silencioso, profundo e bonito, como só os lugares especiais sabem proporcionar.
E, se hoje carrego tanto amor por este lugar, é porque cresci olhando para meu pai. Foram 35 anos à beira da quadra, ensinando muito além do voleibol. Ele ensinava sobre coragem, disciplina, respeito e entrega. Fez do esporte um legado e do Minas, sua casa.
Ser, agora, conselheira do Minas é um reencontro com as minhas raízes, é a chance de retribuir tudo o que o Clube me proporcionou, com responsabilidade, voz ativa e comprometimento com o futuro.
E, quando volto àquela cena da piscina, lembro de respeitar os meus próprios limites, não ter medo dos tropeços, seguir com leveza e bom humor. Foi uma lição que aprendi com meu pai e com o Minas — essa dupla que carrego comigo, com orgulho e gratidão, por toda a vida.