Era um pequeno papel uma das coisas que meu pai, Domingos Paoli Duarte, mais prezava. Já amarelado pelo tempo, esse tesouro guardado por ele era o comprovante da mensalidade do Minas Tênis Clube, datado de 1943. Para ele, aquele documento não era apenas um recibo; era uma lembrança viva, a prova de que o que realmente importa são as histórias que escolhemos guardar.
Ele viveu o Minas desde os 8 anos de idade. Ao lado da irmã Luiza – conhecida como Luizinha, hoje com 96 anos –, praticava a natação, paixão que os dois carregaram por toda a vida. Primos do engenheiro Romeo de Paoli, que ajudou a erguer o Prédio do Relógio, os dois passaram esse carinho pelo Minas para filhos e netos, que cresceram sob o mesmo teto azul e branco, e continuam a frequentar o Clube com o mesmo brilho nos olhos.
Meu pai partiu em 2021, um mês antes de completar 94 anos. Ainda hoje é lembrado pelos professores da Academia por sua alegria e bom humor. Luizinha segue como exemplo de superação, com as medalhas que conquistou pelo Minas em tantos campeonatos. E minha mãe, Dorinha, aos 92, ainda frequenta a Academia e o Pilates. Diz, com orgulho, ter visto aqui a família florescer.
O Minas continua sendo muito mais que um lugar de lazer, diversão, convivência: é um espaço de educação, formação esportiva e ensinamentos para a vida. Ao reencontrar o velho comprovante guardado pelo meu pai, compreendi: ele não guardava apenas papel, guardava amor. Hoje, celebramos os 90 anos do Minas por ele e por todos nós que aqui vivemos nossas melhores lembranças.