Eu nasci no Minas. Era só atravessar a rua e lá estava eu, de manhã, de tarde e de noite. Na época, havia muretas baixas e dava até para encurtar o caminho para chegar mais rápido ao Clube. Minhas primeiras atividades físicas foram com o professor Macedo, em troca de balas de mel. Depois, mergulhei na natação, mas foi aos nove anos que descobri o amor que me guiaria a vida inteira: o basquete. A partir dos ensinamentos do inesquecível Sr. João Bento, nunca mais consegui parar de jogar!

Foram mais de 10 anos vestindo a camisa do "Tempestade", no qual era carinhosamente conhecido como Marcinho. Fui armador e quase sempre cestinha e capitão em todas as categorias pelas quais passei. Aos 14 anos, fiz minha primeira partida pelo time adulto do Minas, em que atuei até os meus 21 anos de idade e com um detalhe interessante: nunca fui desclassificado de uma partida por cometer cinco faltas.

Aqui no Minas, vivenciei conquistas, derrotei medos, cresci em quadra. Depois também joguei por outros clubes, mas sem nunca deixar de ser sócio. E voltei com muito orgulho para as peladas, torneios e os encontros dos veteranos.

Até hoje, quem ouve uma bola quicando de manhã bem cedo pelas escadarias do Clube sabe que sou eu, o Marcinho. Chego às 6h, quase todos os dias, com a bola debaixo do braço, e vou para o meu bate-bola, às vezes sozinho, mas nunca solitário. No basquete, amizade é sempre presença. Os amigos que fiz no Minas estão sempre comigo, em quadra ou na vida.

O Clube é praticamente minha família. Sinto orgulho da formação social construída e das relações de amizade que cultivei nesses meus 62 anos de idade e de casa. Que o Minas siga perpetuando a cultura que atravessa gerações e sendo referência em Educação, Esporte, Lazer e Cultura, para os atuais e futuros integrantes de toda a comunidade minastenista.

E sempre tenho muito orgulho em dizer: Basquete no sangue, Minas no coração!