A camisa branca estava ali, entre minhas mãos, como um troféu que o tempo me guardou. Na Arena, Carlão, Maurício, Giba... Era o Encontro dos Tricampeões, um duelo que não era só de gigantes, mas também de lembranças no coração de quem sempre torceu. Eu, como sempre, estava ali na arquibancada, olhos vidrados em cada lance, segurando forte a camisa do Tri. Desta vez, fui além das grades: pisei na quadra, e o Hélder, o levantador do nosso primeiro Tri, autografou a minha camisa número 3. Uma noite inesquecível para meu coração de eterno torcedor.
Frequento o Minas desde a juventude. Morava em Itabirito quando meu pai, nos anos 1970, nos trouxe num fusquinha para assistir a jogos da seleção brasileira, ali mesmo, no antigo ginásio. Desde então, nunca mais parei de vir. Shows, festivais, partidas memoráveis… Lembro-me de assistir ao espetáculo dos Harlem Globetrotters e me encantar com aquela mágica de basquete que parecia coreografia. Em 1983/84, fiz o curso de árbitro de voleibol pela FMV e, quando ia arbitrar, chegava mais cedo e ficava assistindo aos treinos, ou aproveitava para ficar por lá após os jogos.
Foram 25 anos trabalhando em frente ao Minas, na Prodemge, e o Clube sempre teve um portão aberto para mim. No horário do almoço, depois do expediente, sempre havia um motivo para atravessar a rua e acompanhar o vôlei masculino e feminino de perto. Um colega de trabalho conseguiu para mim aquela camisa do primeiro Tri do Minas, usada pelo Hélder, lá dos anos 1980, quando ele era o maestro da quadra. Desde então, guardei essa relíquia com muito carinho. Agora, ao vê-la autografada, selei um ciclo de paixão que começou há mais de quatro décadas.
O Minas é formador de atletas, de cidadãos, um exemplo de gestão. Quando participei de um projeto voluntário, pude levar 40 crianças para conhecer a Arena, e fomos recebidos com uma generosidade que só confirma o quanto esse espaço abraça a comunidade. Além disso, minha filha, Laura, foi estagiária no Departamento de Integração de Ciências do Esporte do Clube, um orgulho a mais!
O Clube sabe olhar para o futuro sem jamais esquecer o seu passado. Que continue assim: formando campeões, alegrando quem está na arquibancada e se modernizando, sem nunca esquecer a própria história.