Antes mesmo do café da manhã, atravesso a rua e venho para o Minas Tênis Clube. Alongo o corpo, respiro fundo, converso com os colaboradores e volto para casa — e retorno para cá uma, duas, três vezes ao dia. O Minas é meu cotidiano, meu encontro com a vida em movimento. Aqui, tenho amigos de décadas, divido risos no cinema, emoções no teatro e passos nos bailes. Há dois anos, meu marido, Manoel, e eu mudamos de endereço só para ficar mais perto. O Clube é a nossa segunda morada, onde cada instante vira história para contar.
Somos sócios há quase 40 anos, desde que nossa filha Thaís, ainda adolescente, descobriu a magia das horas dançantes. Foi o desejo dela de dançar que abriu as portas para nós. Desde então, seguimos embalados pelos ritmos e pela leveza que o Minas nos oferece. A dança, sobretudo, é a nossa paixão. Já participamos de espetáculos, já festejamos tantas vezes.
Aos domingos à tarde, estamos sempre na pista, dançando como se o tempo tivesse a gentileza de parar. Aliás, a verdade é que não queremos ir embora daqui. No fim de cada mês, celebramos aniversários — agora, em setembro, serão os 93 anos do Manoel, com bolo, champanhe e valsa. É tão bom brindar a vida assim, num lugar onde somos felizes.
Nosso neto Matheus também faz do Clube o seu quintal: joga peteca, caminha na piscina com o avô, lê na biblioteca. Até a neta Rafaela, mesmo morando longe, tem vínculos com este espaço.
O Minas é a extensão da nossa casa, um abraço cotidiano do qual não abrimos mão. É onde rimos, dançamos, sonhamos. Espero que mais pessoas em Belo Horizonte tenham a oportunidade de atravessar essas portas e descobrir o que nós sentimos: que aqui a vida fica mais bonita.