O Minas Tênis Clube abriu as janelas do mundo para mim. Lembro-me de cada momento em que minha vida se transformou dentro dessas quadras. Perdi meu pai aos cinco anos. Minha mãe, sozinha, criou 11 filhos com uma força que só ela tinha. A pobreza era nossa companheira e, cedo, fui parar na Febem (atual Fundação Casa). Trabalhei como trocador de ônibus, até que o vôlei me encontrou. E, por meio dele, o Minas me estendeu as mãos.
Nos anos 1970 e 1980, joguei pelo Clube, ao lado de grandes companheiros e sob o comando de Young Wan Sohn, técnico que teve um papel importante para a minha trajetória. Conquistamos títulos, fui eleito o melhor atacante do Minas e vivi glórias que só quem sente o suor escorrer em uma final entende.
Mas o maior troféu da minha vida foi conseguir dar à minha mãe o que ela nunca teve: uma casa. Um sonho que só se tornou realidade graças ao apoio do presidente Sânzio Mendes. Ela chorou tanto naquele dia… Eu também.
O vôlei me levou à Itália, trouxe novos horizontes e, de volta a BH, abri uma escola por onde já passaram mais de 10 mil alunos. Em 2001, voltei ao Minas como técnico, cargo que ocupei por 12 anos. Depois, fui vereador e também secretário de esporte de Estado.
Hoje, ao lado da minha esposa Iolanda, dos meus filhos Rafael e Bárbara, e das minhas netas, desacelero os passos, mas meu coração está nas redes e nas arquibancadas. Sou conselheiro, sócio do Clube, e sempre lembro que, aqui, aquele menino pobre encontrou um lar e um mundo inteiro para desbravar. O Minas foi a oportunidade da minha vida! É uma casa que nunca se esquece.