Minha mãe, Helga, levava os quatro filhos para o Minas e, chegando lá, cada um corria para uma atividade. E ela tinha que se desdobrar. Até hoje, muita gente me lembra daquela cena emblemática: a mãe incansável com os filhos em disparada pelo Clube, carregando granola para alimentar não apenas a nossa fome, mas também a de outros atletas. Essa imagem me faz perceber que o Minas foi palco da minha infância, território onde aprendi valores que me moldaram para a vida.

Vivi todas as etapas ali. Comecei na escola de esportes, passei pelas equipes de base e cheguei à de ponta. No início, dividia meu coração entre o basquete e a natação. Mas foi no nado que literalmente mergulhei de corpo e alma. Consegui algo raro: equilibrar o cronômetro das piscinas com os livros da escola. E cada braçada me ensinou disciplina, resiliência e coragem — virtudes que carrego até hoje.

Quando saí das raias, levei o espírito do atleta para outro tipo de competição: o empreendedorismo. Hoje, ao lado do meu irmão Miguel, também ex-nadador, comando o restaurante Amassa, próximo do Minas. Os aprendizados da natação — e a parceria de uma vida — nos guiam nesse novo desafio.

O que o Minas me deu vai além das medalhas ou recordes. Levo comigo os melhores amigos que fiz e os valores que brotaram dessas águas. Não somos mais sócios, mas um dia quero voltar a ser. O Minas moldou meu caráter, é um legado que carrego para onde for, a vida inteira.