Foram tantas alegrias vividas no Minas Tênis Clube que é difícil separar o esporte da minha vida pessoal. Cresci ali, entre raias e sonhos. Vivi naquelas águas as minhas primeiras conquistas, maiores desafios e grandes amizades.
Minhas lembranças começam na infância e vão até o auge da carreira de um nadador: a classificação olímpica. Foram medalhas, quedas, superações – e uma formação que foi muito além da borda da piscina. O Minas não fez apenas de mim um atleta, mas me preparou para a vida aqui fora.
Lembro do Troféu Maria Lenk, em 2014, na piscina do Ibirapuera. Depois de nadar forte nas eliminatórias dos 1.500m livre, sentei-me na arquibancada ao lado do time do Minas. Vibrei com as braçadas dos meus companheiros e, de repente, fui lançado ao alto, pelos braços deles, ouvindo: "Filho da Helga!", em homenagem à minha mãe, tão querida por todos. Ali, tornei-me Campeão Brasileiro Absoluto e compreendi o que era fazer parte de algo maior.
A classificação olímpica, em 2016, foi o ápice; o maior sonho de qualquer atleta. Naquele dia, mergulhei confiante. Ao tocar a borda, vi a equipe brasileira explodir de emoção. Depois de 16 anos sem participação do Brasil nessa competição, havia ali dois nadadores classificados – e eu era um deles.
Hoje, fora das piscinas, levo comigo os valores que aprendi ali. O Minas moldou quem sou como cidadão, amigo, empreendedor. Depois de 20 anos de história, passei o bastão. No entanto, o Minas não saiu de mim. Está no meu coração. É referência para mim, para BH, para o Brasil e para o mundo.