Apresenta: CDL 65 anos Estapar
O Minas preencheu meus dias de luto com esse propósito de levar esperança a quem precisa
Imagem do conteúdo

Enfrentava o luto pela morte do meu pai quando tive meu encontro com o Minas Tênis Clube. Era 2018, e eu fazia toucas de crochê para aquecer pacientes oncológicos durante o frio das quimioterapias. O Minas se somou a esse gesto e foi além: aqueceu o coração de crianças que enfrentam o câncer e incentivou pais e mães a confeccionarem as toucas como uma nova fonte de renda.

Mesmo sem ser sócia, sou voluntária pelo Minas Tênis Solidário. Vejo um clube que olha para fora de seus muros e estende a mão. Com fios e afeto, passamos a ensinar mães e pais, que muitas vezes vêm do interior, a tecer esperança dentro do Hospital das Clínicas. Enquanto cuidam dos filhos em tratamento – um processo que pode durar anos –, descobrem também um alívio para a alma.

Aprendi a fazer toucas quando meu pai enfrentava a doença. Tricotar era meu respiro. Mais tarde, tornou-se ponte. Compartilhei essa história com Ana Paula Sales e, desde então, estamos juntas com o Minas, repassando nosso conhecimento. O Clube doa o material e, semanalmente, estamos no HC ensinando os acompanhantes dos pequenos com câncer. Já surgiram bolsas, tapetes, sonhos costurados à mão.

O Minas preencheu meus dias de luto com esse propósito de levar esperança a quem precisa. As oficinas são espaços de escuta, afeto e reconstrução. É emocionante ver o brilho no olhar de quem recebe não só lã, mas também cuidado. O Clube honra a vida, seja no esporte, na arte ou na solidariedade. E, por tudo isso, desejo que esses 90 anos se multipliquem em muitos outros de amor ao próximo.

Sandra Correia da Silveira Bento, 52 anos e voluntária do Programa Minas Tênis Solidário