Por volta das 7h, de segunda-feira a sábado, estou aqui. Já não nado como antes — agora caminho dentro d'água, sentindo cada movimento como um tributo à vida. É um ritual diário, que foi se adaptando de acordo com as limitações da idade. O Minas tem sido minha fonte de vitalidade, uma bússola que me trouxe até os 92 anos, saudável no corpo e na mente.
Nasci na cidade de Coromandel e, aos oito anos de idade, vim para Belo Horizonte. Morávamos na rua Levindo Lopes, a poucos passos do Clube. Durante anos, eu e um grupo de amigos éramos os primeiros a atravessar os portões ao amanhecer, antes das 6h, prontos para o mergulho. Anos mais tarde, quando me casei e tive filhos, mudei-me para a rua Espírito Santo, ficando ainda mais próximo do Clube, e passei a chegar às 7h.
A vida seguiu seu curso. De nadador me tornei caminhante ao redor da piscina e agora caminho dentro dela. Cada etapa da vida trouxe novas amizades e a certeza de que o Minas me oferece qualidade de vida. Conheço cada rosto — do presidente ao funcionário. Somos uma família! Minha esposa, Terezinha Maria, também é frequentadora do Minas e, juntos, cultivamos amigos que são como irmãos.
O Minas, assim como eu, chega aos 90 anos com vigor. Isso é fruto de gestões transparentes, guiadas por sócios que amam e respeitam este espaço. O Clube é memória, companhia e vitalidade, sem espaço para inimizades. A cada passo que dou na piscina, agradeço por essa casa que, há tantos anos, é minha também.