Cresci com o sonho de dar uma vida melhor para a minha família. Em Ouro Preto, fazia parte do projeto social Instituto Trampolim, onde me destaquei na ginástica de trampolim. Quando eu tinha 8 anos, a equipe do Minas Tênis Clube visitou o projeto. Naquele instante, vi uma chance. Aos 15, vim a Belo Horizonte fazer o teste que mudaria a minha história e a da minha família.
Quando cheguei ao Minas, em 2014, não fazia ideia do universo que me esperava. Para quem vinha de um distrito pequeno, tudo era imenso: as quadras, os ginásios, os sonhos. Morava na república do Clube, treinava com os meninos, e cada treino era uma lição de persistência. Foi no Minas que entendi como infraestrutura, fisioterapia e apoio técnico transformam um atleta. Eu sabia que estava diante da maior oportunidade da minha vida. E não a deixei escapar.
Com orgulho, carrego a conquista da vaga olímpica para o Brasil em Paris 2024, a primeira da ginástica de trampolim feminina do país. Agora, meus olhos miram Los Angeles 2028. Sigo treinando, saltando, acreditando.
Além das medalhas, o Minas me deu o amor. Foi aqui que conheci o Henrique Honorato, jogador de vôlei. Do namoro ao casamento, celebramos vitórias, dividimos quadras, viagens e até a experiência de morarmos juntos na Polônia, por causa de Suwałki, time atual do Henrique. O Minas não foi só o palco da minha carreira – foi o lugar onde construí minha vida.
Venho de uma família de mulheres! Fui criada pela minha mãe, avós e tias, tenho três irmãos, e batalho para retribuir a eles tudo o que recebi. O que mais me emociona é ver tantos jovens, como eu, que deixaram suas cidades e encontraram no Minas a chance de transformar seu futuro.
Que nestes 90 anos, o Clube siga vencendo e mudando vidas, como mudou a minha.