O trampolim do Minas Tênis Clube, construído na época de sua fundação, já não existe mais, porém permanece vivo na minha memória. Como toda criança e adolescente da minha geração, ele era a sensação do Clube e foi nele que realizei uma das principais travessuras de infância: subi e pulei na piscina olímpica. Utilizei o impacto do meu corpo e, quando meus pés alcançaram o fundo, consegui emergir. Tenho várias histórias nas piscinas do Minas.
Na adolescência, a moda da época era esticar as toalhas e tomar sol. Eu, minhas irmãs e uma prima ficávamos paquerando os rapazes na beirada da piscina olímpica. Havia também, no Clube, a piscina redonda com escorregadores de madeira. Na minha infância, ela ficava cercada por corda até a aula de natação terminar. Toda a garotada aguardava com ansiedade a corda ser retirada para a gente pular e brincar na água.
Fiz faculdade de Educação Física. Meu sonho era poder trabalhar no Minas. Cheguei a tentar estágio, mas não consegui na época. Minha turma ia a todos os jogos da equipe de vôlei do técnico Cebola. Chegamos a fretar um ônibus para assistir a uma final no Maracanãzinho. Fomos ao Rio de Janeiro e voltamos para BH no mesmo dia.
A formatura aconteceu em dezembro de 1987 e no mesmo mês levei meu currículo ao Clube, porque estava sabendo de uma vaga para professor do Curso Básico. Fiz entrevista e nem viajei nas férias de janeiro, aguardando por uma resposta positiva. E ela chegou. Comecei a trabalhar no Minas Tênis Clube no dia 8 de fevereiro de 1988.
Assumi a coordenação do Curso Básico em 1996 e tive muito orgulho quando o setor recebeu a certificação ISO, em 2000, sendo o primeiro a conquistar o selo de qualidade dentro do Minas Tênis Clube. Também fiquei honrada com a classificação do nadador Miguel Valente para os Jogos Olímpicos de 2016. Foram 31 anos de conquistas e gratidão no trabalho. Saí do Clube em 2019, quando me aposentei, e até hoje sou lembrada por ex-alunos, colegas e funcionários do Minas Tênis Clube. Uma bênção!