Minha relação com o Minas Tênis Clube nasceu antes mesmo da carteirinha de sócio. Nos anos 80, ainda estudante de Arquitetura, vinha com colegas da faculdade para me sentar na varanda do restaurante do Minas I. Ali, entre uma cerveja e uma conversa sem pressa, aprendia a ler o edifício como se fosse uma aula ao ar livre: um monumento vivo, generoso em formas e histórias.
Hoje, já como sócio, essa ligação se estreitou. O Clube me acolhe como espaço de encontros e celebrações, mas também como cenário de contemplação. Gosto de olhar o prédio do relógio e a sede social — não apenas construções, mas símbolos de permanência e memória.
Com o Centro Cultural Unimed Minas, essa afinidade se ampliou: o teatro, o cinema, as exposições. São janelas que se abrem para a cidade e a tornam mais vibrante. A Casa Rosada, recém-aberta ao público, acrescenta outro capítulo. Tive a alegria de apresentar sua arquitetura no Minas na Rua e testemunhar como o Clube continua a oferecer à cidade lugares de encontro e pertencimento.
Também vivi aqui momentos como professor, ao ministrar um curso sobre a evolução arquitetônica de Belo Horizonte. Vejo o Minas como ponte para a vida cultural da cidade, mas ele é também um elo esportivo com a sociedade mineira. A natação e o voleibol, por exemplo, não seriam os mesmos no país sem o protagonismo do Clube. O esporte, aqui, é monumento de dimensão internacional.
Aos 90 anos, desejo que o Minas siga grande em sua arquitetura, eterno em sua memória, gigante no esporte e cada vez mais forte na cultura, área em que tem capacidade para expandir ainda mais.